sexta-feira, 17 de julho de 2009

Brasil, uma mina de ouro para investidores internacionais.

Os investidores estão olhando para o Brasil com bons olhos a cada dia. Whitney Tilson, que é gestor de um fundo de hedge* americano, o T2 Partners LLC, está impressionado com a qualidade das empresas brasileiras. Em dez anos de existência deste fundo que possui hoje um patrimônio de US$ 100 milhões, o Sr. Tilson decidiu investir apenas os modestos recursos disponíveis nos EUA e no Canadá. Entretanto, o Brasil foi escolhido por ele como o primeiro país para diversificar as aplicações. E, como aprendemos antes (vide post Bolsa para baixo, Dólar para cima), isso significa que, se esse planejamento for concretizado, isso ajudará a pressionar o preço do dólar para baixo. Tilson veio para o Brasil para lançar seu livro que aborda o problema do mercado de hipotecas de alto risco nos EUA. Em sua visita, ele afirmou veementemente que, entre os países emergentes, o Brasil é de longe o lugar mais atrativo para investimentos, pois possui sólidos fundamentos macroeconômicos, o governo se importa com o mercado financeiro, as companhias abertas possuem boa qualidade de gestões e o tratamento fornecido aos acionistas minoritários são ótimos. Empolgado, após conhecer algumas instituições brasileiras, ele afirmou que, além de terem números muito bons, com margem de lucro e retorno sobre o capital, essas empresas daqui possuem uma governança corporativa superior à maioria dos outros países. Mas, você sabe em quantas empresas do Brasil o gestor americano investiu os recursos do fundo de hedge? Nenhuma... O executivo americano acredita que as ações já subiram muito nos últimos meses e o melhor é esperar uma nova queda – que, segundo ele, certamente virá - para comprar esses papéis a preço mais atraentes. Assim como o mega investidor Warren Buffett, Tilson acredita que o melhor momento para investir é quando o mercado está em pânico e as ações caem de forma acentuada, inclusive as boas. “Os mercados passarão por outras fases de pânico como a que se viu entre setembro e outubro do ano passado. Aí sim, conseguirei comprar papéis de boas empresas brasileiras a preços bem menores”, afirmou ele. Vamos aguardar.

*O que são fundos de hedge?
R = HEDGE pode significar PROTEÇÃO, em inglês. Os fundos de hedge, ou hedge funds, podem ser definidos como fundos que adotam um número de estratégias que não podem ser adotadas por fundos tradicionais de investimento, mas isso não implica necessariamente se são mais ou menos arriscados.Embora o nome indique hedge, isso não significa que todos os fundos desta categoria utilizem estratégias de hedge para proteger o desempenho de suas carteiras. Mesmo dentro da categoria, a variedade de estratégias que podem ser adotadas acaba dificultando a comparação entre os fundos, de forma que não pode se definir uma linha única de atuação

Matéria baseada na seguinte fonte:
http://www.valoronline.com.br/ValorImpresso/MateriaImpresso.aspx?codmateria=5710867&dtmateria=2009-7-15&codcategoria=91&Tp=1&newsletter=1

terça-feira, 14 de julho de 2009

Análise Fundamentalista e Análise Gráfica (técnica)

O objetivo da ANÁLISE FUNDAMENTALISTA é avaliar as alternativas de investimentos. Isto é feito ao se avaliar as conjunturas macro e microeconômicas e o panorama setorial da empresa, além das demonstrações financeiras e balanços através de vários cálculos específicos. Cabe a esta análise estabelecer o valor justo para uma ação, respaldando decisões de compra ou venda. A premissa básica da análise fundamentalista para investimento em ações é de que o valor justo para uma empresa se dá pela definição da sua capacidade de gerar lucros no futuro. Pode-se dizer que a análise fundamentalista utiliza-se de certas "ferramentas", como, por exemplo, as análises de demonstrativos financeiros, elaboração de cenários econômicos, projeções de resultados das empresas, análise de indicadores financeiros e econômicos, entre outras. A mesma pode ser percebida como um método de análise econômica para empresas e a viabilidade de projetos. A análise fundamental visa mostrar as causas do comportamento de certos valores e indicadores econômicos e financeiros.

A ANÁLISE GRÁFICA, também conhecida como grafista ou técnica, por sua vez, demonstra como foi o comportamento dos preços. Diferentemente da análise fundamentalista, a análise técnica não considera importantes aspectos internos da empresa estudada, como pay-out, lucro etc, mas sim o comportamento dos preços da ação no mercado, ou seja, a participação dos investidores e sua influência na formação do preço dos ativos. A principal informação para a análise grafista é o histórico de preços, pois se baseia no princípio de que se podem prever suas tendências futuras com base no comportamento passado. Assim, de acordo com a escola técnica, existem séries de preços no mercado e estes apresentam padrões perceptíveis, competindo ao analista identificar tais tendências e fazer sua interpretação a respeito.
Em resumo, os princípios sobre os quais se baseia e análise técnica são:
1) O futuro é um reflexo do passado
2) A movimentação dos preços se dá com base em tendências
3) O preço da ação do mercado embute todos os fatores que estejam envolvidos nela.

Há uma “guerra” entre os adeptos das análises fundamentalistas e os das análises gráficas. Trata-se de uma competição sutil e inútil, ao meu ver, para defender que uma análise é melhor do que a outra. Em minha opinião, todas as duas análises podem e devem ser usadas pelos investidores, pois ambas possuem eficácias absolutas em diferentes momentos e circunstâncias. A análise fundamentalista, por exemplo, é muito útil para definir quais os ativos que devem estar presentes na carteira do Trader. Ela nos dá uma boa ótica da saúde financeira e econômica das organizações no longo prazo. Logo, também podem ser usadas para estratégias buy-to-hold(significa comprar para manter, em inglês. Como o próprio nome já diz, essa estratégia se resume em comprar ação para não vender. O investidor simplesmente acumula aquilo que ele acha que valerá muito no futuro.) Já a análise grafista, por sua vez, é ótima para que faz operações a médio, curto ou curtíssimo prazo. Esta análise nos mostra as variações nos preços dos ativos, inclusive, dentro do mesmo dia. Por isso eu sugiro que, ao montar sua carteira, o investidor faça uma análise fundamentalista para selecionar quais instituições irão compor sua carteira de ativos e utilize os gráficos das mesmas para identificar a hora certa de entrar e sair das operações. Portanto, sim, todos nós podemos e devemos utilizar as duas análises simultaneamente. Como dizia o grande filósofo contemporâneo, Barack Obama: Yes, We Can!
Obrigado a Todos.
Bons Investimentos!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Escolha sua empresa (Analisar é preciso)

Se o conhecido poeta Fernando Pessoa fosse investidor no mercado de ações, com certeza ele diria: Analisar é preciso! Afinal de contas, decidir onde investir seu suado dinheiro não é fácil. É muito importante que você conheça a empresa – ou as empresas – em que você vai negociar seus respectivos papeis. O investidor deve saber onde encontrar notícias e informações detalhadas sobre a mesma. George Soros, um mega-investidor de ações – procure nos sites de busca este nome. Você precisa conhecê-lo. – já afirmou antes que só costuma investir nas organizações em que ele gostaria de trabalhar. É um fato relevante a ser abordado. Antes de decidir em que empresa investir, pergunte-se: Será que eu entregaria meu Curriculum para esta instituição? Trabalharia nela? Sentiria-me orgulhoso ao contar para meus amigos onde trabalho? Se a resposta for afirmativa, já é um bom sinal.
Aconselho que façam este pequeno exercício simplesmente por um motivo nobre. Como já citamos no post “O QUE SÃO AÇÕES?”, adquirir ações de uma empresa é fazer parte dela. Porém, sendo sócio. Logo, se você é dono de uma parte de qualquer negócio, você deve ter prazer em saber o que está ocorrendo com seus negócios. Você deve, no mínimo, ler o relatório seu anual da administração para conhecer em detalhes sobre o que ela faz, quais são os devidos planos de seus gestores para o futuro, qual a sua situação no mercado em que atua entre outras informações relevantes para uma tomada de decisão. Conclui-se então que, se você tem afinidade com o empreendimento, esta tarefa se tornará prazerosa. No livro Investimentos Inteligentes (2008), de Gustavo Cerbasi, o autor vai um pouco mais longe. Ele sugere que o investidor, como dono de uma empresa, compareça às assembléias gerais dos acionistas para conhecer um pouco mais sobre os planos da mesma e participar das críticas com outros acionistas às escolhas de seus gestores. Cerbasi define essa atitude como algo extremamente interessante e construtivo, de modo que o investidor só começa, na maioria das vezes, a se sentir parte da companhia após participar de uma dessas assembléias. Se você confia seus recursos a uma organização, você deve estar ciente de tudo o que acontece em volta dela. E mais, sentindo-se realmente dono da companhia, acredito que o acionista se sentirá empolgado em ajudar a mesma na conquista de lucros futuros. Em minha opinião, é mais prazeroso se envolver desta maneira. Como, por exemplo, alguém que investe na Petrobrás e se considera também responsável por seus resultados. Você acha que este investidor, teoricamente, deveria abastecer seu carro em que rede de postos de gasolina? Para quem utiliza estratégias a longo prazo, convém atuar assim.

Você me pergunta: Márisson, então devo simplesmente investir em empresas nas quais eu gostaria de trabalhar? É só isso que devo fazer para saber onde investir?

Não, caro leitor. Não é tão simples assim. Existem algumas corporações das quais me identifico e não invisto nas mesmas por motivos particulares. Já outras nas quais eu gostaria de trabalhar, nem sequer abriram seus capitais para negociações em Bolsa de Valores. Usando um pouco do bom humor, quem nunca sonhou, por exemplo, em ser o sucessor do fotógrafo J. R. Duran, da Playboy? Já que a Playboy Enterprises Inc. não negocia seus papéis na Bovespa, então eu não invisto? Calma... Primeiramente, esta foi apenas uma sugestão que eu fiz questão de passar para todos antes de entrarmos nas análises técnicas e fundamentalistas – gráficos e cálculos baseando-se nas demonstrações contábeis, respectivamente. Todos que acompanham este blog aprenderão quais os cálculos necessários para termos a certeza de que o empreendimento está saudável financeira-economicamente e se haverá previsão de lucros futuros. Porém, você já imaginou quantas empresas existem na Bovespa? Imagine como será para um investidor novato efetuar os cálculos referentes a todas as organizações para saber qual parece ser a mais rentável. Isso demoraria tanto que, quando ele chegasse a uma conclusão convincente, teria de começar tudo de novo, pois novas demonstrações contábeis já teriam sido divulgadas. O cenário se modificaria. Por isso, é bom ter uma idéia de qual instituição, dentre as negociadas na bolsa, você se identifica mais, para então iniciar seus cálculos por ela. É, simplesmente, uma técnica usada pelo mega-investidor, George Soros, como já foi citado. Quem gostar, utiliza. Quem não gostar, cria uma nova técnica para selecionar negócios e... me escreve contando. Terei prazer em publicar.

Nota: Estamos nos aproximando dos famosos gráficos. Aguardem...

Obrigado a todos.
Bons Investimentos!