sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O que são TRADERS?

A palavra trader significa negociador, em inglês. Este termo refere-se a uma espécie de investidor de mercado de ações. Logo, nem todo investidor é um trader. Apenas as pessoas que vivem essencialmente da atividade de operador de mercado de ações podem se denominar traders.

Como á diferença entre um investidor e um trader não é muito clara, vamos definir ambos os perfis para que todos possam perceber esta diferença.

Algumas pessoas utilizam estratégias de longo prazo. São, basicamente, pessoas que acreditam na instituição na qual estão investindo seu respectivo capital. Elas compram efetivamente um pedaço da propriedade da empresa em si, incluindo o seu time gerencial, suas estratégias de aumento de market share e sua linha de produtos e/ou serviços. Fazem isso se baseando em estudos sobre a projeção de capital das organizações, utilizando a conhecida Análise Fundamentalista. Este perfil de investidor, na maioria das vezes, se sente motivado a ir para assembléias gerais dos acionistas e ler relatórios gerenciais referente às empresas que estão presentes em suas carteiras de investimentos. Estas pessoas não fazem especulações para decidir onde investir. Esses são os INVESTIDORES.

Outras pessoas utilizam estratégias de médio, curto e até curtíssimo prazo. São pessoas que não se importam muito com as instituições na qual estão investindo o seu capital, não se importam com o seu time gerencial, com as perspectivas de consumo do mercado nem com a produção global. Não compram coisas concretas como empresas, grãos, energia ou ouro. Essas pessoas compram ações, contratos futuros e opções. Importam-se com o preço, pois negociam essencialmente o risco. Estes investidores fazem muitas especulações e utilizam as Análises Grafistas (gráficas) para tomar decisões e saber a hora certa de comprar e vender suas ações. Alguns executam inclusive uma ou mais operações completas (compra e venda) dentro de um mesmo dia. Esta operação é chamada de Day-trade. Logo, investidores com este perfil são denominados TRADERS.

Algumas pessoas que conheço não gostam muito da idéia de especular. Eu diria até mais: Essas pessoas possuem aversão ao mercado de ações justamente por causa dos especuladores e não se sentem confortáveis em atuar em um mercado onde existam traders, pois os mesmo influenciam agressivamente no preço das ações.

Porém, é importante destacar a importância de um mercado que contém investidores e traders com as mais variadas estratégias de investimentos. É simplesmente por causa das estratégias de investimentos de médio, curto e curtíssimo prazo que o mercado é considerado saudável e justo. É pelo fato de existir um número enorme de traders que o mercado tem um nível confortável de liquidez. Isso significa que você pode comprar e/ou vender ações a qualquer instante, pois sempre haverá alguém ofertando um preço para adquirir os seus papéis. Seguindo essa mesma linha de raciocínio, percebe-se que se todos utilizassem estratégias de longo prazo, comprando ações pensando em não vender, não haveria como estimular mais pessoas a entrar neste mercado, o que espantaria os compradores. Com menos compradores, os investidores de longo prazo temeriam não ter para quem vender os seus investimentos quando fosse a hora certa e isso também os espantaria deste tipo de investimento. Logo, conclui-se que sem liquidez, não haveria mercado.

Obrigado a Todos.

Bons Investimentos!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Brasil, uma mina de ouro para investidores internacionais.

Os investidores estão olhando para o Brasil com bons olhos a cada dia. Whitney Tilson, que é gestor de um fundo de hedge* americano, o T2 Partners LLC, está impressionado com a qualidade das empresas brasileiras. Em dez anos de existência deste fundo que possui hoje um patrimônio de US$ 100 milhões, o Sr. Tilson decidiu investir apenas os modestos recursos disponíveis nos EUA e no Canadá. Entretanto, o Brasil foi escolhido por ele como o primeiro país para diversificar as aplicações. E, como aprendemos antes (vide post Bolsa para baixo, Dólar para cima), isso significa que, se esse planejamento for concretizado, isso ajudará a pressionar o preço do dólar para baixo. Tilson veio para o Brasil para lançar seu livro que aborda o problema do mercado de hipotecas de alto risco nos EUA. Em sua visita, ele afirmou veementemente que, entre os países emergentes, o Brasil é de longe o lugar mais atrativo para investimentos, pois possui sólidos fundamentos macroeconômicos, o governo se importa com o mercado financeiro, as companhias abertas possuem boa qualidade de gestões e o tratamento fornecido aos acionistas minoritários são ótimos. Empolgado, após conhecer algumas instituições brasileiras, ele afirmou que, além de terem números muito bons, com margem de lucro e retorno sobre o capital, essas empresas daqui possuem uma governança corporativa superior à maioria dos outros países. Mas, você sabe em quantas empresas do Brasil o gestor americano investiu os recursos do fundo de hedge? Nenhuma... O executivo americano acredita que as ações já subiram muito nos últimos meses e o melhor é esperar uma nova queda – que, segundo ele, certamente virá - para comprar esses papéis a preço mais atraentes. Assim como o mega investidor Warren Buffett, Tilson acredita que o melhor momento para investir é quando o mercado está em pânico e as ações caem de forma acentuada, inclusive as boas. “Os mercados passarão por outras fases de pânico como a que se viu entre setembro e outubro do ano passado. Aí sim, conseguirei comprar papéis de boas empresas brasileiras a preços bem menores”, afirmou ele. Vamos aguardar.

*O que são fundos de hedge?
R = HEDGE pode significar PROTEÇÃO, em inglês. Os fundos de hedge, ou hedge funds, podem ser definidos como fundos que adotam um número de estratégias que não podem ser adotadas por fundos tradicionais de investimento, mas isso não implica necessariamente se são mais ou menos arriscados.Embora o nome indique hedge, isso não significa que todos os fundos desta categoria utilizem estratégias de hedge para proteger o desempenho de suas carteiras. Mesmo dentro da categoria, a variedade de estratégias que podem ser adotadas acaba dificultando a comparação entre os fundos, de forma que não pode se definir uma linha única de atuação

Matéria baseada na seguinte fonte:
http://www.valoronline.com.br/ValorImpresso/MateriaImpresso.aspx?codmateria=5710867&dtmateria=2009-7-15&codcategoria=91&Tp=1&newsletter=1

terça-feira, 14 de julho de 2009

Análise Fundamentalista e Análise Gráfica (técnica)

O objetivo da ANÁLISE FUNDAMENTALISTA é avaliar as alternativas de investimentos. Isto é feito ao se avaliar as conjunturas macro e microeconômicas e o panorama setorial da empresa, além das demonstrações financeiras e balanços através de vários cálculos específicos. Cabe a esta análise estabelecer o valor justo para uma ação, respaldando decisões de compra ou venda. A premissa básica da análise fundamentalista para investimento em ações é de que o valor justo para uma empresa se dá pela definição da sua capacidade de gerar lucros no futuro. Pode-se dizer que a análise fundamentalista utiliza-se de certas "ferramentas", como, por exemplo, as análises de demonstrativos financeiros, elaboração de cenários econômicos, projeções de resultados das empresas, análise de indicadores financeiros e econômicos, entre outras. A mesma pode ser percebida como um método de análise econômica para empresas e a viabilidade de projetos. A análise fundamental visa mostrar as causas do comportamento de certos valores e indicadores econômicos e financeiros.

A ANÁLISE GRÁFICA, também conhecida como grafista ou técnica, por sua vez, demonstra como foi o comportamento dos preços. Diferentemente da análise fundamentalista, a análise técnica não considera importantes aspectos internos da empresa estudada, como pay-out, lucro etc, mas sim o comportamento dos preços da ação no mercado, ou seja, a participação dos investidores e sua influência na formação do preço dos ativos. A principal informação para a análise grafista é o histórico de preços, pois se baseia no princípio de que se podem prever suas tendências futuras com base no comportamento passado. Assim, de acordo com a escola técnica, existem séries de preços no mercado e estes apresentam padrões perceptíveis, competindo ao analista identificar tais tendências e fazer sua interpretação a respeito.
Em resumo, os princípios sobre os quais se baseia e análise técnica são:
1) O futuro é um reflexo do passado
2) A movimentação dos preços se dá com base em tendências
3) O preço da ação do mercado embute todos os fatores que estejam envolvidos nela.

Há uma “guerra” entre os adeptos das análises fundamentalistas e os das análises gráficas. Trata-se de uma competição sutil e inútil, ao meu ver, para defender que uma análise é melhor do que a outra. Em minha opinião, todas as duas análises podem e devem ser usadas pelos investidores, pois ambas possuem eficácias absolutas em diferentes momentos e circunstâncias. A análise fundamentalista, por exemplo, é muito útil para definir quais os ativos que devem estar presentes na carteira do Trader. Ela nos dá uma boa ótica da saúde financeira e econômica das organizações no longo prazo. Logo, também podem ser usadas para estratégias buy-to-hold(significa comprar para manter, em inglês. Como o próprio nome já diz, essa estratégia se resume em comprar ação para não vender. O investidor simplesmente acumula aquilo que ele acha que valerá muito no futuro.) Já a análise grafista, por sua vez, é ótima para que faz operações a médio, curto ou curtíssimo prazo. Esta análise nos mostra as variações nos preços dos ativos, inclusive, dentro do mesmo dia. Por isso eu sugiro que, ao montar sua carteira, o investidor faça uma análise fundamentalista para selecionar quais instituições irão compor sua carteira de ativos e utilize os gráficos das mesmas para identificar a hora certa de entrar e sair das operações. Portanto, sim, todos nós podemos e devemos utilizar as duas análises simultaneamente. Como dizia o grande filósofo contemporâneo, Barack Obama: Yes, We Can!
Obrigado a Todos.
Bons Investimentos!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Escolha sua empresa (Analisar é preciso)

Se o conhecido poeta Fernando Pessoa fosse investidor no mercado de ações, com certeza ele diria: Analisar é preciso! Afinal de contas, decidir onde investir seu suado dinheiro não é fácil. É muito importante que você conheça a empresa – ou as empresas – em que você vai negociar seus respectivos papeis. O investidor deve saber onde encontrar notícias e informações detalhadas sobre a mesma. George Soros, um mega-investidor de ações – procure nos sites de busca este nome. Você precisa conhecê-lo. – já afirmou antes que só costuma investir nas organizações em que ele gostaria de trabalhar. É um fato relevante a ser abordado. Antes de decidir em que empresa investir, pergunte-se: Será que eu entregaria meu Curriculum para esta instituição? Trabalharia nela? Sentiria-me orgulhoso ao contar para meus amigos onde trabalho? Se a resposta for afirmativa, já é um bom sinal.
Aconselho que façam este pequeno exercício simplesmente por um motivo nobre. Como já citamos no post “O QUE SÃO AÇÕES?”, adquirir ações de uma empresa é fazer parte dela. Porém, sendo sócio. Logo, se você é dono de uma parte de qualquer negócio, você deve ter prazer em saber o que está ocorrendo com seus negócios. Você deve, no mínimo, ler o relatório seu anual da administração para conhecer em detalhes sobre o que ela faz, quais são os devidos planos de seus gestores para o futuro, qual a sua situação no mercado em que atua entre outras informações relevantes para uma tomada de decisão. Conclui-se então que, se você tem afinidade com o empreendimento, esta tarefa se tornará prazerosa. No livro Investimentos Inteligentes (2008), de Gustavo Cerbasi, o autor vai um pouco mais longe. Ele sugere que o investidor, como dono de uma empresa, compareça às assembléias gerais dos acionistas para conhecer um pouco mais sobre os planos da mesma e participar das críticas com outros acionistas às escolhas de seus gestores. Cerbasi define essa atitude como algo extremamente interessante e construtivo, de modo que o investidor só começa, na maioria das vezes, a se sentir parte da companhia após participar de uma dessas assembléias. Se você confia seus recursos a uma organização, você deve estar ciente de tudo o que acontece em volta dela. E mais, sentindo-se realmente dono da companhia, acredito que o acionista se sentirá empolgado em ajudar a mesma na conquista de lucros futuros. Em minha opinião, é mais prazeroso se envolver desta maneira. Como, por exemplo, alguém que investe na Petrobrás e se considera também responsável por seus resultados. Você acha que este investidor, teoricamente, deveria abastecer seu carro em que rede de postos de gasolina? Para quem utiliza estratégias a longo prazo, convém atuar assim.

Você me pergunta: Márisson, então devo simplesmente investir em empresas nas quais eu gostaria de trabalhar? É só isso que devo fazer para saber onde investir?

Não, caro leitor. Não é tão simples assim. Existem algumas corporações das quais me identifico e não invisto nas mesmas por motivos particulares. Já outras nas quais eu gostaria de trabalhar, nem sequer abriram seus capitais para negociações em Bolsa de Valores. Usando um pouco do bom humor, quem nunca sonhou, por exemplo, em ser o sucessor do fotógrafo J. R. Duran, da Playboy? Já que a Playboy Enterprises Inc. não negocia seus papéis na Bovespa, então eu não invisto? Calma... Primeiramente, esta foi apenas uma sugestão que eu fiz questão de passar para todos antes de entrarmos nas análises técnicas e fundamentalistas – gráficos e cálculos baseando-se nas demonstrações contábeis, respectivamente. Todos que acompanham este blog aprenderão quais os cálculos necessários para termos a certeza de que o empreendimento está saudável financeira-economicamente e se haverá previsão de lucros futuros. Porém, você já imaginou quantas empresas existem na Bovespa? Imagine como será para um investidor novato efetuar os cálculos referentes a todas as organizações para saber qual parece ser a mais rentável. Isso demoraria tanto que, quando ele chegasse a uma conclusão convincente, teria de começar tudo de novo, pois novas demonstrações contábeis já teriam sido divulgadas. O cenário se modificaria. Por isso, é bom ter uma idéia de qual instituição, dentre as negociadas na bolsa, você se identifica mais, para então iniciar seus cálculos por ela. É, simplesmente, uma técnica usada pelo mega-investidor, George Soros, como já foi citado. Quem gostar, utiliza. Quem não gostar, cria uma nova técnica para selecionar negócios e... me escreve contando. Terei prazer em publicar.

Nota: Estamos nos aproximando dos famosos gráficos. Aguardem...

Obrigado a todos.
Bons Investimentos!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Morte de Michael Jackson movimenta cenário econômico.

Hoje o mundo amanheceu de luto, definitivamente. Após alguns boatos informando que a morte do "Rei do Pop" não passava de sensacionalismo jornalístico ou até mesmo que seria uma estratégia para aumentar a venda de seus últimos ingressos da turnê de despedida, infelizmente tudo se confirmou. Michael Jackson não está mais entre nós! O fato é horrível para a maioria das pessoas que cresceram ouvindo as canções deste astro e ficavam maravilhadas todas as vezes que assistiam sua mega-produção em ação. Porém, acredito que tudo serve de aprendizado. E este é, paradoxalmente, um ótimo momento para que nossos leitores entendam com mais facilidade o post "O QUE SÃO AÇÕES?".

No referido post, abordamos superficialmente os motivos das movimentações no mercado por causa de notícias por volta do mundo. Para que haja maior compreensão entre aqueles que ainda não conseguiram entender definitivamente, faremos um breve comentário visando a compreensão absoluta de como tudo influencia direta ou indiretamente na economia mundial.

Ao pedir a opinião da equipe da Redação Trader Fácil sobre se deveríamos falar a respeito da morte de Michael Jackson no blog, nosso consultor web, Tiago Duarte, perguntou-me: O que a morte dele tem haver com o cenário econômico?

Você também estava se perguntando isso? Que coincidência!!! É justamente sobre isso que nós vamos falar.

Em primeiro lugar, os promotores do show de Michael Jackson já afirmaram que terão um prejuízo de meio bilhão de dólares com a morte dele. Por quê? Porque somente em publicidade e ingressos, os primeiros 20 concertos estão estimados em US$ 215 milhões. A temporada está estimada em quase US$ 500 milhões. A empresa AEG havia feito seguro diante da possibilidade do cantor cancelar os primeiros 20 shows, mas a seguradora não garantiu toda a temporada. Além do mais, centenas de milhares de pessoas esperam nesta sexta-feira (26) ser informadas sobre como receber o reembolso pelos ingressos que compraram para os quase 50 shows que Michael Jackson faria. Segundo os organizadores, os ingressos foram vendidos a uma média de 11 por segundo, 657 por minuto e quase 40 mil por hora, quando começaram a ser comercializados, em março passado. Agora, são os organizadores do show que vão enfrentar um prejuízo gigantesco. Com base nessas informações, como você acha que será o futuro desta empresa? Você gostaria de ser acionista dela? Ao ler notícias como essas, investidores costumam pensar qual o risco que isso trará para o seu investimento. Entende agora? Que bom...

Segundo o Wall Street Journal, Michael Jackson recebia anualmente algo em torno de US$ 19 milhões somente em direitos. Mas o cantor havia acumulado, durante décadas de gastos extravagantes, dívidas que estavam por volta de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões. Os cálculos indicam que o astro chegava ao final de cada ano devendo US$ 5 milhões, sem incluir alimentação, roupas e segurança.

Mas não existem apenas notícias que demonstram prejuízos. Michael Jackson ocupa agora os primeiros 15 lugares no site de vendas online Amazon.com, em venda de álbuns em questão de horas. O disco número 1, como se poderia esperar, foi a reedição do 25o aniversário de "Thriller", de 1982, disco mais vendido da história, com cerca de 50 milhões de cópias no mundo todo. Três diferentes versões de "Thriller" ocuparam as posições 12, 13 e 14. Em segundo lugar veio o "Off the wall", de 1979, que foi seguido de "Bad", de 1987. Seu último álbum, "Invincible", de 2001, veio em um lugar mais modesto, número 10. Os outros álbuns na lista eram, na maioria, coletâneas de seu trabalho solo ou seus hits com o Jackson 5. As vendas também dispararam no Reino Unido. 14 de seus trabalhos estão hoje entre os 20 mais vendidos da loja pelo site Amazon.co.uk. Ou seja, por mais incrível que possa parecer, a notícia sobre a falecimento de Michael Jackson foi ótima para alguns empresários pois ele renasceu comercialmente. É difícil ler isso? Acredite, foi difícil escrever também!

E para finalizar, o óbito deste cantor movimentou os sites de leilões no mundo todo. Milhares de novos itens como discos originais, camisetas e revistas raras estão à venda. Agora a pergunta que não quer calar: Você gostaria de ter direito a uma parte do patrimônio dessas empresas que estão lucrando com essa situação? Eu também gostaria.

Acredito que isso é só o começo. DVD's com shows raros e entrevistas antigas devem ser lançados nos próximos dias. Novas camisas. Novas fotos. Tudo visando o lucro. Imaginem só, no momento em que estou escrevendo essa matéria, como devem estar as reservas para hotéis na cidade onde ocorrerá o velório e enterro do cantor! E como estão as vendas de passagens? Essas instituições estão lucrando com isso. É assim que o mercado se movimenta. É assim que o mercado funciona.

Obrigado a todos.
Bons Investimentos!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

São tantas emoções...

Não, o cantor Roberto Carlos, até onde eu sei, não é um investidor! Mas acertou ao falar esta frase, que mais tarde seria uma de suas marcas registradas. Na vida, nós somos movidos por emoções. Hora estamos tristes, hora felizes. Hora com raiva, hora com amor, entre outros estados emocionais que guiam nossas atitudes. Mas precisamos saber dosar nossos sentimentos, pois ao se tornar emocionalmente desequilibrado, nossa vida social, conjugal e profissional vão por “água abaixo”.

Mas que papo é esse? O que isso tem a ver com investimentos em Bolsa de Valores?

Ser livre e ganhar a vida operando no mercado é o sonho de muita gente. Se tornar um Trader (vide A LÓGICA PRIMÁRIA DAS AÇÕES em Conceitos Básicos) não é algo surreal, contudo também não é fácil. Ser um Trader exige conhecimento, disciplina e dedicação. Mas há alguma profissão que não precise da união destes três temperos para se chegar ao topo? Se alguém souber, por favor, me avise...
Acontece que tão importante quanto o conhecimento de um Investidor é o controle de suas emoções. Afinal de contas, quem entra no mercado acionário deve se preparar para lidar com as oscilações de um mercado um tanto quanto dinâmico. Ao entrar em uma operação, o Trader pode ter seu próprio juízo consumido por suas emoções instáveis.
Recentemente, quando fiz um curso de Oratória, expus para a professora do curso, Simone Dias, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que havia me matriculado porque gostaria de perder o medo de falar em público. Levei um pequeno fora. Com bastante sinceridade, ela informou não só para mim, mas para toda a turma que seria impossível para ela tirar meu medo. Ali, eu aprenderia a controlá-lo. Pesquisando mais um pouco sobre o assunto, descobri que pelo menos 95% das pessoas que falam em público, sentem nervosismo, medo e ficam trêmulas na hora em que estão nessas situações. Aprendi mais uma lição de como é importante não ser controlado pelas emoções e sim controlá-las, aprendendo a conviver com elas. E é justamente isso que quero passar para o nosso leitor hoje.
Segundo Andrew Smith, em Ferramentas Mentais para Traders, existem três fases no desenvolvimento de um Trader: IGNORÂNCIA, EDUCAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO.
A fase inicial de ignorância é caracterizada por otimismo, ambição e uma ousadia destemida – algumas vezes invejável. A pessoa não sabe o que não sabe. Apenas vê o que quer vê, só ouve histórias impressionantes de sucesso e pensa em ganhar muito dinheiro. Geralmente, nesta fase, costuma-se pensar: Se alguém conseguiu, eu também vou conseguir. Não tem medo de nada e confia que os desastres só acontecem com os outros. Logo, entra apostando na alta.
Ao contrário das novelas da TV, estas histórias não acabam bem. Constantemente esta fase termina com prejuízos e decepções. Conheci algumas pessoas que afirmaram com muita segurança que não voltariam mais a investir em ações. Durante conversas em mesas de restaurantes e bares, ao participar de discussões fortes – brigas, não – percebi que as pessoas que perderam dinheiro ainda nesta fase adquiriram verdadeira aversão a este mercado. No fundo, elas não se acham capazes de ganhar... Eu discordo totalmente. São pessoas que só perderam, não ganharam nada. Aquelas que ganharam em algum momento já experimentaram a isca com sabor de vitória e querem mais. Perceberam que é possível obter lucros. Entram, então, na fase dois.
A segunda fase – fase da educação – depende muito do que a pessoa quer do mercado. Enquanto alguns aprendizes de investidores querem apenas participar do sistema se conformando com um pouco aqui e outro ali, outros querem ganhar. Estes, por sua vez, percebem que não há uma técnica infalível e que muitos prejuízos são causados por momentâneas faltas de juízo, calma e várias questões emocionais. Para minimizar suas perdas e revertê-las em lucros, compram livros, fazem cursos, freqüentam palestras e lêem blogs de autores totalmente “bitolados” em Investimentos – Não é o meu caso (hehehe). Também sou músico, compositor, gosto de futebol, de assistir filmes, de namorar e de sair com os amigos.
Por fim, chegam à fase três. A fase do autoconhecimento. Após estudar e praticar muito, o antigo aprendiz já é bastante hábil. Concentrando-se e prestando muita atenção, chega a ser competente. Controla bem suas emoções e, principalmente quando o mercado está em queda, toma decisões coerentes e fundamentadas sem se deixar levar pelo nervosismo. Ele, finalmente, sabe que sabe. Entende que o mercado tem uma lógica a ser seguida e, ao contrário do que muita gente pensa, não anda de forma aleatória.
Esta última frase que escrevi é bastante interessante. Para quem acha que investir na bolsa é coisa de maluco, lembre-se sempre do seguinte: O mercado tem mesmo uma lógica a ser seguida. O ser humano ainda não inventou uma forma de ganhar em jogos aleatórios. Senão, não haveriam loterias. Nestes jogos sim, só quem ganha toda semana é o governo.

Nota: Alguns estudiosos ainda afirmam que há uma quarta fase. A fase em que o Trader atinge a maestria e age sem pensar. A habilidade já faz parte dele, assim como caminhar, falar ou atar os cordões dos sapatos. Alguns até sonham operando no mercado e quando acordam, lembram-se das cotações e gráficos. Eles não sabem que sabem. Nesta fase eles, definitivamente, não se deixam levar pelas emoções. Na verdade, eles nem sentem mais essas emoções todas. Por quê? Você fica nervoso ao coçar a cabeça? Se sente emocionado ao beber um copo d’água? É tudo natural. Chegou ao nível da competência inconsciente.
Ainda não cheguei neste nível, confesso. Assim que acontecer, publicarei meu sonho.

Obrigado a todos.
Bons Investimentos!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Bolsa para baixo, Dólar para cima.

Assim que a crise Norte-Americana se estabeleceu definitivamente, vimos, de maneira mais acentuada, um processo que despertou certa curiosidade na mente de vários investidores. Presenciamos a Bolsa de Valores caindo e o Dólar subindo. Mas, pense comigo, se a crise foi iniciada nos Estados Unidos, como a moeda “deles” conseguiu ficar mais forte? Quem é o presidente dos EUA? David Copperfield, por acaso? Não, caro leitor... Isso não tem a ver com magia alguma. Conhecido como correlação negativa, este processo é, diria eu, um tanto quanto natural. Em uma palestra no Banco Central do Brasil (BACEN), ministrada pelo Sr. Marden Marques Soares, em Outubro de 2008, o mesmo perguntou-nos quem saberia explicar o motivo deste fenômeno. Você sabe quantas pessoas responderam? Isso mesmo... Nenhuma! Por isso acredito ser importante abordar este tema antes de aprofundar nossos conhecimentos em ações. Leia com atenção e em um passe de mágica você aprenderá.

É bem verdade que o preço de ambos os ativos depende de uma série de fatores e de inúmeras variáveis. Mas, para facilitar sua compreensão, consideremos o seguinte:

A “mina de ouro” dos grandes investidores está em países emergentes. Ainda bem que você percebeu que o Brasil é emergente sem eu precisar citar... Há, sabendo onde e como investir, grande probabilidade de obter uma rentabilidade diferenciada com os cenários econômicos destas determinadas nações. Por isso, países em desenvolvimento, como o nosso, conseguem atrair grandes investidores do mundo todo. Para que os investidores venham atuar no Brasil, eles precisam trocar seus Dólares pela moeda local – o Real no nosso caso. Logo, assim como foi explicado no post anterior (O QUE SÃO AÇÕES?), a lei da oferta e demanda faz com que o preço do Dólar caia, pois há uma injeção desta moeda no Brasil. Ao investir seus reais em ações, estes investidores provocam uma valorização nos papéis da Bolsa, elevando assim o conhecido índice IBOVESPA. Entendeu? Se não entendeu, leia novamente... Eu espero! Essa explicação é importante para a compreensão do passo seguinte.

Quando períodos de incertezas acontecem – como numa crise, por exemplo - o processo é totalmente inverso. Para proteger seus recursos, os investidores tendem a procurar investimentos mais seguros. Desfazem, então, suas respectivas posições na Bovespa vendendo suas ações - recebendo em Real. Logo, a Bovespa cai, pois há mais oferta que procura dos papéis. Para retirar o dinheiro do país, os investidores recompram Dólares. Logicamente, com o aumento da procura por Dólar, seu valor é pressionado para cima. Como o Dólar é uma moeda mundialmente aceita, se tornou a base das transações internacionais.

Este não é o único, mas um dos principais fenômenos responsáveis por esta correlação. Além do mais, esta não é uma regra macroeconômica, mas ocorre com freqüência.

Obrigado a todos.
Bons Investimentos!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que são Ações?

Negociadas em Bolsas de Valores, as ações são direitos à propriedade de uma empresa, ou seja, uma ação confere a seu dono uma fração da propriedade de uma determinada instituição. Seu percentual de participação na empresa dependerá da quantidade de ações que possuir. Comprar ações significa fazer parte do sucesso de uma organização – ou de seu fracasso também. Quanto melhor o desempenho de uma empresa, mais as suas ações se valorizam, pois crescem a expectativas de lucros futuros e, conseqüentemente, boas divisões de dividendos. O número de interessados nestas ações aumenta, pressionando seus preços para cima.
O objetivo principal de comprar ações de uma sociedade anônima é o recebimento de dividendos periódicos que as empresas oferecem aos seus acionistas. Porém, diariamente os preços das ações se modificam.

Certa vez, meu irmão menor, Maurício Filho, após investir em um Fundo de Renda Variável e ter parte de seu capital desvalorizado, comentou comigo, inconformado: Não consigo entender como a bolsa de valores cai e sobe sem o controle de ninguém. Como algo inventado por seres humanos está sem controle?
Acredito que esta pergunta está presente na mente de grande parte das pessoas. E já esteve na minha um dia. Acontece que os valores das ações se modificam de acordo com os acontecimentos mundiais. Por quê? Porque as notícias que afetam as empresas refletem diretamente no preço de suas respectivas ações e sugerem modificações no valor destas para mais ou menos. Isso depende da expectativa da maioria dos negociadores. Para uma indústria, notícias como greve de empregados, novas leis e tributos, crescimento do setor, são fatores que influenciarão nos seus lucros futuros. Logo, as ações se movem em decorrência destas expectativas.

No mercado de capitais como um todo, notícias como a destruição de plantações por causa do fenômeno El Niño; relatório da ONU sobre aquecimento global acelerado, aumentando rumores de nova recessão mundial; governo Norte-Americano anunciando movimento de tropas militares nas fronteiras do Irã, gerando assim maior tensão no Oriente Médio; terremotos de grandes intensidades e Tsunamis causam verdadeiro pavor em investidores. Por não saberem como estes problemas serão resolvidos e como as empresas caminharão, estes vendem suas ações para, na maioria das vezes, fazer revisões em suas carteiras de investimentos. Surge então um momento de cautela. Como, nesses casos, existem mais vendedores do que compradores, o preço cai imediatamente. É a lei da oferta e demanda (ou procura, como quiser). Se o livro X tem cinco unidades disponíveis pra venda e existem 20 pessoas interessadas naquele livro, o seu preço sobe. Do contrário, o valor do produto é pressionado para baixo. Isso é natural. Mas calma, investir em ações não significa ficar “plantado” na frente de um computador pesquisando notícias, nem lendo jornal 24 horas por dia para saber se está perdendo dinheiro ou não. Este é um mito bastante comum entre as pessoas que estão fora do mercado. Tenho uma boa notícia: Hoje em dia existem maneiras de você investir em renda variável e viver a vida ao mesmo tempo. Tudo bem... Sei que é bom estar “antenado” com as notícias, pois conhecimento nunca é demais. Porém, há estratégias e ferramentas que te permitem ir ao cinema, tomar um chopp ou namorar tranqüilo. Mas, falaremos sobre isso em breve.

Obrigado a todos.
Bons Investimentos!

terça-feira, 9 de junho de 2009

A Lógica Primária das Ações

Imagine a cena: Você é um investidor de bolsa de valores e vive apenas disso, ou seja, um TRADER. Passa o dia todo na frente de um computador fazendo cálculos e mais cálculos, analisando performances e cotações diárias de sua carteira de investimentos, comprando e vendendo ações totalmente concentrado – mais do que seu filho quando joga vídeo-game - e com esse trabalho sustenta a sua família, paga as contas de casa, se diverte nos finais de semana e proporciona para o seu filho - que está na quarta série - uma educação de excelente qualidade em um colégio caro. Certo dia, a professora do seu garotão pede que ele faça uma redação falando sobre a sua profissão. Você pensa: Este é um novo capítulo do filme Missão Impossível!!!

Como explicar o que você faz? Você pode até tentar explicar, mas será que ele vai entender?

Ao iniciar este projeto, não tive o mínimo de interesse em mostrar que sei, o que sei e o que deixo de saber. Mas, simplesmente mostrar que o que sei sobre investimentos em Renda Variável não é coisa de outro mundo. Não adquiri este conhecimento em Marte, pode confiar! Tenho medo de altura e não gosto de voar... Meu objetivo aqui é iniciar meus comentários neste blog de maneira mais simples possível para que até uma criança entenda como funciona o Mercado de Capitais. Se isso acontecer, estarei satisfeito. Então, aqui vamos nós...

Considere o seguinte:
Você voltou ao passado. Está agora no seu colégio, onde estudou a 6ª série, andando pelo corredor. Um moleque pára você e pergunta: - Você quer Pastilhas? Apenas uma pastilha? Você sabe que quer pastilhas!!! Você não resiste e compra uma pastilha por R$ 0,25. Afinal de contas, você não pode sair do colégio e a cantina não vende estes produtos. É como estar no meio do deserto e encontrar alguém vendendo uma garrafa de água gelada. Não se engane. Você compra!
O nome do mini-vendedor de pastilhas é Tiago. Ele tem um negócio que realmente funciona. Tiago compra cinco pacotes, cada um com cinco pastilhas quando está indo ao colégio por R$ 0,25/pacote. Dentro do colégio ele vende cada pastilha por R$ 0,25. Logicamente, Tiago fatura por pacote vendido R$ 1,25 e tem um custo de R$ 0,25 por pacote, o que lhe gera um lucro de R$ 1,00 por pacote de pastilha.

* Como ele geralmente vende 5 pacotes, ele tem um lucro líquido de R$ 5,00 por dia;
* R$ 5,00 vezes 5 dias por semana são R$ 25/semana;
* Consideremos aproximadamente 36 semanas de aula no ano letivo, então são R$ 900,00/ano;
* Consideremos Tiago no início da 6ª série, então dentro de 6 anos ele se formará. Logo, chegaremos à um lucro de R$ 5.400,00.
Pergunta: Se Tiago lhe oferecesse a metade de seu mini-negócio, quanto você pagaria? Ou seja, ele vai dividir metade de seu lucro no ramo de venda de pastilhas por seis anos, porém ele quer o dinheiro agora! Quanto você pagaria?
Ora, e se ele não conseguir vender os 5 pacotes todos os dias? Então, voltemos para o cálculo de maneira mais realista. Suponhamos que ele venda pelo menos 3 pacotes por dia, então será R$ 3,00 de lucro por dia. R$ 15,00 em uma semana. R$ 500,00 por ano letivo. E, finalmente, R$ 3.000,00 até seu último dia de colégio.
Logo, você deve pagar R$ 1.500,00 para ter metade do lucro dos negócios de Tiago, certo? Errado!!! Você vai pagar R$ 1.500,00 agora para receber os mesmos R$ 1.500,00 daqui a seis anos? Isso faz algum sentido? Ainda bem que você disse não.
Pergunta: E se Tiago lhe oferecesse metade de seus lucros por R$ 1,00. Você aceitaria?
Claro que sim, mas também não seria bom para este mini-empreendedor vendê-lo por este preço. Logo, percebemos que o preço ideal está entre R$ 1,00 e R$ 1.500,00. Aí começam as negociações. Se a metade do negócio de Tiago for oferecida por ele por R$ 400,00 e você achar que está num preço bom, você compra. Se, quando você estiver de posse da metade deste negócio de venda de pastilhas, Tiago divulgar que está conseguindo vender 7 pacotes de pastilhas por dia, então você poderá oferecer a um outro alguém a metade dos negócios dele por R$ 550,00 pois há uma especulação de lucros maiores no futuro. Mas o inverso poderá também acontecer. Outro garoto poderá vender pastilhas no colégio e esta concorrência reduzirá a quantidade de pacotes vendidos por Tiago. Então, se você quiser vender suas ações, provavelmente receberá, no máximo, R$ 350,00.
Não iremos aprofundar muito o assunto por enquanto para que todos aprendam o necessário passo-a-passo.
O exemplo acima poderia ser explicado no caso de você ser um trader e seu filho precisar fazer uma redação no colégio sobre sua profissão. Mas, cuidado ao explicar, ele pode pensar que você ganha a vida vendendo pastilhas!

Obrigado a todos.
Bons Investimentos! xyh69mrzs7