quarta-feira, 24 de junho de 2009

São tantas emoções...

Não, o cantor Roberto Carlos, até onde eu sei, não é um investidor! Mas acertou ao falar esta frase, que mais tarde seria uma de suas marcas registradas. Na vida, nós somos movidos por emoções. Hora estamos tristes, hora felizes. Hora com raiva, hora com amor, entre outros estados emocionais que guiam nossas atitudes. Mas precisamos saber dosar nossos sentimentos, pois ao se tornar emocionalmente desequilibrado, nossa vida social, conjugal e profissional vão por “água abaixo”.

Mas que papo é esse? O que isso tem a ver com investimentos em Bolsa de Valores?

Ser livre e ganhar a vida operando no mercado é o sonho de muita gente. Se tornar um Trader (vide A LÓGICA PRIMÁRIA DAS AÇÕES em Conceitos Básicos) não é algo surreal, contudo também não é fácil. Ser um Trader exige conhecimento, disciplina e dedicação. Mas há alguma profissão que não precise da união destes três temperos para se chegar ao topo? Se alguém souber, por favor, me avise...
Acontece que tão importante quanto o conhecimento de um Investidor é o controle de suas emoções. Afinal de contas, quem entra no mercado acionário deve se preparar para lidar com as oscilações de um mercado um tanto quanto dinâmico. Ao entrar em uma operação, o Trader pode ter seu próprio juízo consumido por suas emoções instáveis.
Recentemente, quando fiz um curso de Oratória, expus para a professora do curso, Simone Dias, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que havia me matriculado porque gostaria de perder o medo de falar em público. Levei um pequeno fora. Com bastante sinceridade, ela informou não só para mim, mas para toda a turma que seria impossível para ela tirar meu medo. Ali, eu aprenderia a controlá-lo. Pesquisando mais um pouco sobre o assunto, descobri que pelo menos 95% das pessoas que falam em público, sentem nervosismo, medo e ficam trêmulas na hora em que estão nessas situações. Aprendi mais uma lição de como é importante não ser controlado pelas emoções e sim controlá-las, aprendendo a conviver com elas. E é justamente isso que quero passar para o nosso leitor hoje.
Segundo Andrew Smith, em Ferramentas Mentais para Traders, existem três fases no desenvolvimento de um Trader: IGNORÂNCIA, EDUCAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO.
A fase inicial de ignorância é caracterizada por otimismo, ambição e uma ousadia destemida – algumas vezes invejável. A pessoa não sabe o que não sabe. Apenas vê o que quer vê, só ouve histórias impressionantes de sucesso e pensa em ganhar muito dinheiro. Geralmente, nesta fase, costuma-se pensar: Se alguém conseguiu, eu também vou conseguir. Não tem medo de nada e confia que os desastres só acontecem com os outros. Logo, entra apostando na alta.
Ao contrário das novelas da TV, estas histórias não acabam bem. Constantemente esta fase termina com prejuízos e decepções. Conheci algumas pessoas que afirmaram com muita segurança que não voltariam mais a investir em ações. Durante conversas em mesas de restaurantes e bares, ao participar de discussões fortes – brigas, não – percebi que as pessoas que perderam dinheiro ainda nesta fase adquiriram verdadeira aversão a este mercado. No fundo, elas não se acham capazes de ganhar... Eu discordo totalmente. São pessoas que só perderam, não ganharam nada. Aquelas que ganharam em algum momento já experimentaram a isca com sabor de vitória e querem mais. Perceberam que é possível obter lucros. Entram, então, na fase dois.
A segunda fase – fase da educação – depende muito do que a pessoa quer do mercado. Enquanto alguns aprendizes de investidores querem apenas participar do sistema se conformando com um pouco aqui e outro ali, outros querem ganhar. Estes, por sua vez, percebem que não há uma técnica infalível e que muitos prejuízos são causados por momentâneas faltas de juízo, calma e várias questões emocionais. Para minimizar suas perdas e revertê-las em lucros, compram livros, fazem cursos, freqüentam palestras e lêem blogs de autores totalmente “bitolados” em Investimentos – Não é o meu caso (hehehe). Também sou músico, compositor, gosto de futebol, de assistir filmes, de namorar e de sair com os amigos.
Por fim, chegam à fase três. A fase do autoconhecimento. Após estudar e praticar muito, o antigo aprendiz já é bastante hábil. Concentrando-se e prestando muita atenção, chega a ser competente. Controla bem suas emoções e, principalmente quando o mercado está em queda, toma decisões coerentes e fundamentadas sem se deixar levar pelo nervosismo. Ele, finalmente, sabe que sabe. Entende que o mercado tem uma lógica a ser seguida e, ao contrário do que muita gente pensa, não anda de forma aleatória.
Esta última frase que escrevi é bastante interessante. Para quem acha que investir na bolsa é coisa de maluco, lembre-se sempre do seguinte: O mercado tem mesmo uma lógica a ser seguida. O ser humano ainda não inventou uma forma de ganhar em jogos aleatórios. Senão, não haveriam loterias. Nestes jogos sim, só quem ganha toda semana é o governo.

Nota: Alguns estudiosos ainda afirmam que há uma quarta fase. A fase em que o Trader atinge a maestria e age sem pensar. A habilidade já faz parte dele, assim como caminhar, falar ou atar os cordões dos sapatos. Alguns até sonham operando no mercado e quando acordam, lembram-se das cotações e gráficos. Eles não sabem que sabem. Nesta fase eles, definitivamente, não se deixam levar pelas emoções. Na verdade, eles nem sentem mais essas emoções todas. Por quê? Você fica nervoso ao coçar a cabeça? Se sente emocionado ao beber um copo d’água? É tudo natural. Chegou ao nível da competência inconsciente.
Ainda não cheguei neste nível, confesso. Assim que acontecer, publicarei meu sonho.

Obrigado a todos.
Bons Investimentos!

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